quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Macrobiotica

Para a vasta maioria das pessoas, a macrobiótica é um sistema alimentar, uma dieta restrita e pouco saborosa que pode ajudar a prevenir doenças ou, nalguns casos, tratá-las.Na realidade, a macrobiótica é muito mais do que uma simples dieta, é uma filosofia e um estilo de vida que tem como objetivo último ajudar a criar seres humanos mais íntegros, saudáveis e responsáveis e consequentemente uma sociedade mais pacífica e espiritualizada.A prática alimentar é de suma importância mas não o único fator desta filosofia e, apesar de relativamente simples nos seus princípios alimentares este regime é extraordinariamente versátil, saboroso e saudável.De filósofos gregos a escritores, historiadores e cientistas muitas pessoas no decurso da história humana professaram princípios quer filosóficos quer alimentares ou de saúde, semelhantes aqueles que atualmente chamamos de macrobiótica.No entanto, nos tempos modernos a palavra parece ter sido cunhada no séc. XVIII por um médico alemão chamado Christopher Von Hufeland, que foi o médico pessoal de Goethe e em 1796 escreveu o livro “Macrobiótica ou a Arte de Prolongar a Vida Humana”. Para este médico, que praticou na altura em que viveu uma forma invulgar de medicina, o segredo para uma vida saudável e longa era a cultivação apropriada da “Força da Vida” e existem inúmeros paralelos entre as recomendações de Von Hufeland e as recomendações macrobióticas dos tempos modernos.Um século antes no Japão, Ekken Kaibara (1630-1716), um ávido estudioso da natureza e dos princípios éticos e socais escreveu o livro Yojokun, traduzido com o nome Segredos Japoneses para uma Boa Saúde ; para Kaibara a saúde e a felicidade, tal como a doença e a infelicidade são a criação de cada um e algumas das suas muitas observações incluem: “Cada um tem a vida nas suas mãos”, “A doença nunca surge sem razão” ou “As calamidades advém daquilo que dizemos e a doença daquilo que colocamos na boca”.Kaibara foi não apenas um filósofo mas alguém que verdadeiramente praticou aquilo que ensinou: aos 83 anos ainda tinha todos os dentes e conseguia ler e escrever perfeitamente, sem o uso de óculos.A macrobiótica na sua vertente moderna, inicia-se no entanto no séc. XIX com um médico japonês, Sagen Ishizuka (1850-1910). Ishizuka foi treinado segundo os melhores princípios médicos da Europa e exerceu medicina como médico do exército até ter contraído uma doença renal incurável. Começou a estudar os clássicos de medicina oriental e curou-se rapidamente mudando de alimentação.A partir daí começou a fazer experiências consigo mesmo e chegou à conclusão que a alimentação era a causa principal de todas as doenças e de todos os problemas humanos particularmente, segundo ele, o desequilíbrio entre sódio (Na) e potássio (K) no regime alimentar. Ishizuka falava 4 ou 5 idiomas diferentes, estudou exaustivamente quase todas as áreas do conhecimento humano e foi famosíssimo no Japão. O legado de Sagen Ishizuka é verdadeiramente extraordinário, para alguém que viveu na sua era: conseguiu questionar com sucesso os princípios da medicina alopática e nutrição modernas; criou um sistema eficaz para a edificação de seres humanos mais sãos, sistema esse que era acima de tudo alimentado por um sonho de um mundo de paz.Ishizuka foi o criador da primeira organização macrobiótica mundial a que deu o nome de Shoku-Yo Kai.
George Ohsawa (1893-1966), de seu verdadeiro nome Yukikazu Sakurazawa, foi a pessoa que assumiu a direcção da Shoku-Yo Kai uns quantos anos após a morte de Ishizuka Sagen e que, mais do que qualquer outro, contribuiu para a expansão da Macrobiótica no Japão, Europa e América.Ohsawa foi um pensador original, um escritor incansável, orador e activista social e foi ele que, após Von Hufeland, voltou a utilizar o nome macrobiótica quando em 1929 decidiu vir viver para a Europa, com o fim único de tornar a macrobiótica conhecida no Ocidente, particularmente pelos grandes intelectuais da época, de quem ele era um ávido leitor e admirador.
Ohsawa foi um verdadeiro ativista político que escreveu cartas a quase todas as pessoas mais influentes no Mundo da época como Truman, Einstein ou Estaline, encontrou-se com Albert Schweitzer, médico e prémio Nobel da Paz, no Congo Belga, fez experiências com transmutações químicas e, na minha opinião, contribuiu grandemente para muitas das ideias sobre saúde natural, ecologia e ambiente, equilíbrio social, que hoje aceitamos de mão beijada.George Ohsawa morreu no Japão em 1966, após uma vida vivida com uma determinação e coragem extraordinárias.

Segundo Ohsawa, o homem feliz é aquele que:
1.tem uma vida sã e longa e se interessa por tudo
2.não se preocupa com o dinheiro
3.sabe instintivamente evitar os acidentes e as dificuldades que conduzem à morte prematura
4.compreende ser o Universo ordenado em todos os seus níveis
5.não sente o desejo de ser o primeiro, pois sabe que os primeiros se tornarão os últimos.

A macrobiótica é utilizada nos mosteiros Zen do Japão e é considerada a "cozinha que melhora o discernimento".

Se não tiverdes a vontade de "vivere parvo" isto é, simplesmente e com o mínimo, não deves nem podeis curar-vos.

Um comentário:

  1. Olá estou escrevendo sobre o tema e gostaria de compartilhar o assunto.
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    Jorge

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